Brian foi morto com tiro disparado por PM durante abordagem em junho de 2016 — Foto: TV TEM / Reprodução
Brian foi morto com tiro disparado por PM durante abordagem em junho de 2016 — Foto: TV TEM / Reprodução

Depois de ser remarcado três vezes, o júri do policial Luís Paulo Isidoro, acusado de matar um jovem de 22 anos durante uma abordagem policial em Ourinhos (SP), vai ser realizado nesta quinta-feira, dia 2 de fevereiro, às 13h, no fórum da cidade.

Após duas alterações de datas por causa da pandemia da Covid-19 em 2020, o julgamento previsto para novembro do ano passado foi adiado pela terceira vez e marcado para esta quinta-feira.

Estão previstas a participação de quatro testemunhas de acusação, cinco de defesa e uma arrolada por ambas as partes.

O caso aconteceu em 9 de junho de 2016, quando o jovem Brian Bueno da Silva saia com os amigos de um show da Fapi, a Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos, e o carro em que ele estava no banco do passageiro foi abordado pelos policiais militares.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do disparo. Brian estava com mais quatro amigos no carro na Avenida Jacinto Ferreira de Sá, quando o motorista foi parado pela PM. O tiro saiu da arma de Luís Paulo e nas imagens dá pra ver o clarão do disparo.

Na época, o policial alegou que o tiro foi acidental causado por uma falha na arma. Mas um laudo feito pela própria Polícia Militar apontou que a pistola não apresentou defeito.

Investigações

Valdineia ainda guarda roupas do filho, inclusive o moletom que o filho usava no dia que foi morto em Ourinhos — Foto: TV TEM / Reprodução
Valdineia ainda guarda roupas do filho, inclusive o moletom que o filho usava no dia que foi morto em Ourinhos — Foto: TV TEM / Reprodução

Segundo os amigos de Brian, no momento da abordagem eles já estavam indo embora, voltando para Santa Cruz do Rio Pardo. Mas a PM parou o carro porque, segundo os policiais, o veículo estava andando em zigue-zague na avenida.

Na abordagem, o Brian, que estava no banco do passageiro do veículo, foi atingido por um tiro de um dos PMs.

No início da investigação, a Polícia Civil disse que a Polícia Militar agiu com intenção de interferir no trabalho de apuração, tentando apagar o vídeo usado como prova, lavando o carro antes da análise da perícia, ameaçando testemunhas, mas o comando da PM, na ocasião, disse que isso não aconteceu.

Marcas do tiros ficaram no cinto de segurança do carro — Foto: TV TEM/Arquivo
Marcas do tiros ficaram no cinto de segurança do carro — Foto: TV TEM/Arquivo

Segundo o batalhão da PM de Ourinhos, o policial Isidoro foi afastado das ruas desde então e continua trabalhando internamente. Ele foi transferido do local, mas não informaram onde ele está atuando.

Em nota, a defesa do policial reforçou que o disparo foi acidental por defeito na arma comprovado por perícia de um armeiro designado pela PM em uma audiência realizada no Fórum sob a presença da juíza que cuida do caso. A defesa disse ainda que Luís Paulo Isidoro inclusive foi absolvido no processo instaurado na Polícia Militar por comprovada falha na arma.

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