Um empresário de Marília (SP) foi vítima do “golpe do nude” combinado com o estelionato do “falso delegado” e perdeu mais de R$ 230 mil, segundo informou a Polícia Civil. Uma das vítimas, inclusive, recebeu vídeos de ameaça que são usados nos golpes.

O empresário disse que uma jovem entrou em contato com ele pelo Facebook e a conversa seguiu pelo WhatsApp, evoluindo para troca de fotografias íntimas. Após algum tempo, a vítima foi procurada por alguém que se dizia pai da jovem.

Foi dito à vítima que a suposta garota era menor de idade e os golpistas passaram a exigir dinheiro como forma de reparação ao “enorme prejuízo familiar”. Foi quando foi feito o pagamento de R$ 2 mil por transferência.

Posteriormente, o empresário foi procurado por um falso delegado, que exigiu mais R$ 16,8 mil como indenização aos danos emocional e psicológico causados à garota.

A partir de então, outras diversas transferências passaram a ser exigidas a título de reparação. Os depósitos foram realizados em diferentes contas com distintas titularidades.

Depois de já ter sofrido prejuízo acima de R$ 230 mil, a vítima procurou suporte jurídico e constatou que se tratava de um golpe.

Pesquisa feita pelos advogados contratados indicou que os materiais enviados pelos golpistas para a vítima, para possibilitar o estelionato, eram falsos e utilizados em outros crimes do tipo, inclusive.

Outro caso

Não é a primeira vez que criminosos aplicam golpes parecidos em Marília. No último domingo (9), um boletim de ocorrência com detalhes parecidos também foi registrado.

Outro homem foi vítima de extorsão por uma pessoa que se disse pai de uma garota com quem ele havia trocado vídeos de nudez.

No boletim de ocorrência, registrado como estelionato, a vítima, de 38 anos, conta que estava no Terminal Rodoviário durante a manhã quando deu início a uma conversa com uma mulher pelas redes sociais.

Pouco tempo depois, segundo o BO, uma pessoa se apresentou como pai da mulher. Na conversa, ele afirmou à vítima que era pastor e que tinha discutido com a jovem por conta do vídeo.

O acusado disse ainda que quebrou alguns objetos da casa e exigiu uma transferência via PIX de R$ 300 para evitar que fosse até a delegacia. Depois exigiu mais R$ 200 por danos materiais, totalizando R$ 500 na extorsão.

Tentativa

Uma terceira vítima de golpe parecido com os relatados acima conversou com o g1 e disse que os golpistas “fazem um teatro muito bem feito”.

“Só depois de muitas pesquisas e conversando com delegados da Polícia Civil de Marília tive certeza que era golpe. Quase perdi R$ 2,5 mil, chegaram a me mandar um recibo com esse valor, acertando que não ficariam pendências judiciais”, contou.

O homem revelou que foi procurado por uma suposta jovem mulher pelas redes sociais, que na verdade se tratava de um perfil falso, como descobriu posteriormente. Ele garante que não mandou fotos para ela, mas recebeu imagens que descreveu como “ousadas”.

“Depois comecei a receber mensagens de pessoas que se diziam ser pai e mãe, alegando que a jovem era menor de idade. Me mandaram até um vídeo, dizendo que o pai havia quebrado tudo em casa ao ver mensagens e fotos no celular da filha. Mais tarde, comecei a receber vídeos de uma delegacia falsa, com delegado e tudo, começaram a me acusar de pedofilia. Fiquei muito preocupado”, comentou a vítima mariliense.

Uma série de vídeos, muito convincentes, envolveram a impressão de mandados contra o homem de Marília. “Quando tive certeza de que era um golpe, bloqueei todos os contatos e entreguei os vídeos e conversas para a Polícia Civil investigar”.

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