A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (9) o inquérito que investiga o caso da transexual atacada com um jato de extintor de incêndio, na zona norte de Marília, no interior de SP, no dia 12 de julho do ano passado. Os agressores filmaram a ação e o vídeo circulou nas redes sociais (assista acima).
Segundo a delegada responsável pelo caso, Darlene Rocha Costa, o inquérito, que indiciou os dois suspeitos de atacar Kelly Fernandes por injúria e ameaça, foi enviado ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), que deve decidir se envia ou não a denúncia à Justiça.
Conforme a delegada, a polícia reconheceu dois autores que confessaram o crime. Contudo, o motorista do veículo não foi identificado. O celular da dupla foi periciado, com o intuito de localizar conversas com esse motorista, porém nada foi encontrado.

Relembre o caso
No dia do ocorrido, Kelly foi abordada por homens em um carro. No vídeo que circulou nas redes sociais, é possível escutar um dos ocupantes do veículo dizendo “olha que bicha bonita”. A mulher faz sinal negativo com a mão, quando o extintor é acionado contra o rosto.
Em seguida, os agressores começam a rir e a xingar Kelly. Em outro vídeo é possível ver os autores do ataque passando novamente no local com gritos de “vai morrer”. Ela registrou boletim de ocorrência na delegacia. Ao g1, Kelly disse que ficou muito abalada.

No relato do BO, além da agressão com o jato do extintor, Kelly conta ter sido atacada, minutos depois, com o arremesso de ovos por integrantes de um segundo veículo. A Polícia procura pelos agressores.
“Foi a primeira violência que sofri com um extintor, mas todo dia passam pessoas de carro xingando e jogando coisas, como ovos e tomates”, lamentou.
Capacitação no mercado de trabalho
Em setembro do ano passado, Kelly passou a frequentar um curso inédito no município, de capacitação para o mercado de trabalho.
Voltado ao público LGBTQIA+, o curso é gratuito e tem como objetivo preparar os alunos para o mercado de trabalho, trazendo empresas apoiadoras da diversidade para promover a inclusão no ambiente profissional.
“Está sendo muito legal porque nunca tivemos nenhuma oportunidade desse tipo. Estamos sendo muito bem tratadas e aprendendo muito sobre mercado de trabalho, recursos humanos. É uma vitória um curso cheio de travestis estudando", afirma Kelly Fernandes.
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