Animal foi encontrado no quintal de uma residência, no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP) — Foto: Corpo de Bombeiros
Animal foi encontrado no quintal de uma residência, no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP) — Foto: Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros realizou a captura de uma onça-parda que havia aparecido no quintal de uma residência na tarde deste domingo (19), no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP).

O felino, que pertence a uma espécie ameaçada de extinção, precisou ser sedado no momento da captura, pois aparentava estar assustado.

A equipe do Corpo de Bombeiros utilizou uma espécie de jaula metálica para conter o animal e retirá-lo em segurança do local.

Após a captura, a onça-parda não precisou ser submetida a avaliação médica veterinária e foi solta na natureza.

Ninguém se feriu.

A moradora da residência, Loriane San Martin, disse ao g1 que seu pai encontrou a onça por volta das 16h e não sabe como o animal adentrou o local.

“A gente não sabe como ela apareceu lá porque minha casa é no Centro da cidade, tem muro alto. Então, provavelmente, ela subiu pela árvore e pulou o muro”, informou a professora de educação física.

Ela ainda comentou que o susto foi grande.

“Meu pai a viu ontem [19] à tarde, a gente não sabe desde quando ela estava lá. Os bombeiros entraram e tiraram. O susto foi grande!”, contou Loriane ao g1.

Onça-parda

Também conhecida como suçuarana, puma, onça-vermelha e leão-baio, a onça-parda (Puma concolor) é a segunda maior espécie de felino do Brasil, só ficando atrás da onça-pintada (Panthera onca). Tem corpo alongado, com até 1,08 metro de comprimento. A cauda longa mede até 61 centímetros e a altura é de 63 centímetros.

O macho adulto pode pesar por volta de 70 quilos. A pelagem da suçuarana tem coloração uniforme, variando entre marrom-acinzentado bem claro e marrom-avermelhado escuro. Geralmente os animais que vivem em florestas são menores e mais escuros e os que habitam regiões montanhosas são maiores e mais claros.

Possuem hábitos noturnos (predominantemente) e diurnos, caçam a qualquer hora do dia com certa tendência ao horário de crepúsculo.

Embora seja uma espécie terrestre, possui muita habilidade para subir em árvores e é muito ágil. A suçuarana vive solitária, menos na época de acasalamento.

Pesquisas comprovaram que a suçuarana é o predador mais eficiente e mais flexível entre os felinos. Ela consegue alimento em 75% das vezes em que parte para o ataque.

A alimentação inclui desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte (capivaras, veados e catetos), aves e répteis.

O período de gestação varia entre 84 e 98 dias, e nascem de um a seis filhotes, cada um com 220 a 440 gramas de peso.

A espécie é considerada vulnerável e ameaçada de extinção.

Segundo o biólogo André Gonçalves Vieira, responsável por diversos levantamentos de fauna em Presidente Prudente (SP), a onça-parda não tem o hábito de atacar pessoas, a não ser que se sinta acuada, com filhotes ou extrafragilidade alimentar.

“Infelizmente, com a perda de seu habitat natural (cobertura vegetal nativa) e, consequentemente, queda de presas (alimentos), esse animal passa cada vez mais a ser observado próximo de áreas urbanas”, salientou Vieira.

“Uma das maiores ameaças à sobrevivência dos felinos selvagens em todo o mundo é a perda de habitats em virtude da expansão urbana, da matriz agropecuária, a retaliação por predação de animais domésticos e os atropelamentos. Portanto, é sempre importante obedecer aos limites de velocidade das vias e se manter atento”, salientou ao g1 o biólogo Rondinelle Artur Simões Salomão.

Salomão ainda orientou que, ao avistar um animal selvagem nas vias, é importante manter uma distância considerável e não tentar afugentá-lo.

“Esses animais não oferecem riscos diretos aos seres humanos e, se não forem incomodados, seguirão seu caminho. Onças-pardas só se defendem nos casos em que ficam acuadas ou estão protegendo suas crias”, ressaltou.

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