Registro feito de helicóptero por tupaense dos estragos no litoral norte de São Paulo durante resgate — Foto: Arquivo pessoal
Um dos helicópteros utilizados para a retirada de família de Tupã da região afetada pelas chuvas em São Sebastião (SP) — Foto: Arquivo pessoal

A família da empresária Pamela Garcia Lopes Hanamoto, de Tupã (SP), precisou desembolsar R$ 15 mil para ser resgatada por dois helicópteros, na tarde desta terça-feira, dia 21 de fevereiro, da região devastada pelas chuvas em São Sebastião (SP), litoral norte do estado.

A família chegou na quinta-feira (16) em um hotel no bairro Camburi, para passar o carnaval no local preferido para as férias. A empresária estava na companhia do marido, da filha de 7 anos, dos pais e da sogra – os três já idosos.

“Tentamos sair da cidade e não conseguíamos, encontramos muitas barreiras, muita lama, muita gente gritando, pessoas que conseguiram salvar seus animaizinhos e mais nada”, relatou a empresária.

Até a manhã desta quarta-feira, dia 22 de fevereiro, foram contabilizadas 48 mortes e quase 60 desaparecidos em meio aos deslizamentos de terra.

Após os estragos, na manhã de domingo (19), de acordo com Pamela, começou a haver um intenso fluxo de helicópteros para retirada de turistas e entrega de mantimentos e outros donativos.

Pousos e decolagens passaram a ser feitos de um campo de futebol próximo ao hotel em que a família estava, segundo o relato dela.

Imagem feita por empresária de Tupã abordo de helicóptero durante resgate de São Sebastião (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Imagem feita por empresária de Tupã abordo de helicóptero durante resgate de São Sebastião (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Antes de dar certo a retirada dos moradores do interior de SP, nesta terça-feira, surgiram propostas de voos por até R$ 40 mil, segundo Pamela, que foi ficando desesperada diante da sensação de impotência.

O hotel em que eles estavam, um dos poucos lugares com eletricidade e internet devido a um gerador de energia, já estava sem água. Além disso, o pai dela está com mobilidade reduzida devido a uma fratura no joelho, ocorrida antes da viagem.

Empresária de Tupã e os parentes costumam passar as férias em São Sebastião — Foto: Arquivo pessoal
Empresária de Tupã e os parentes costumam passar as férias em São Sebastião — Foto: Arquivo pessoal

Um preço menor foi negociado pelo voo e a família precisou da ajuda de amigos para conseguir fazer o pagamento à vista, via pix, ainda na noite de segunda-feira (20), mas os momentos de apreensão não terminaram com a possibilidade de voltar para casa.

Vista da praia com morro que sofreu deslizamento de terra em São Sebastião (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Vista da praia com morro que sofreu deslizamento de terra em São Sebastião (SP) — Foto: Arquivo pessoal

O carro, como a maioria dos pertences da família, precisou ser deixado para trás e Pamela ainda não sabe como vai buscar o veículo.

Após embarcar os pais e a sogra, por volta das 16h de terça-feira, Pamela ainda precisou esperar cerca de 25 minutos até a chegada de uma segunda aeronave.

“Começou a cair uma chuva, um temporal muito feio e, em 10 minutos, as ruas já estavam totalmente alagadas e o desespero foi tomando conta. Aqueles helicópteros, quatro cinco no ar e três no chão, saía um, outro pousava”, descreveu a empresária.

Heliporto utilizado para pouso não programado durante resgate de família de Tupã (SP) em região atingida pelas chuvas — Foto: Arquivo pessoal
Heliporto utilizado para pouso não programado durante resgate de família de Tupã (SP) em região atingida pelas chuvas — Foto: Arquivo pessoal

Para ela, as imagens do desastre do ponto de vista aéreo são piores ainda do que ao nível do solo, onde parecia uma “cena de guerra mesmo, muito feia, as pessoas chorando muito, querendo sair dali e não conseguiam”. 

Mesmo com a tempestade, o helicóptero em que Pamela estava com a filha e o marido levantou voo.

“A aeronave começou a rodar, rodar, rodar e eu percebi que algo estava errado. Estávamos sobre o mar, não avistava cidade nenhuma. E não podia fazer nada porque minha filha estava apavorada”, contou.

Tempo fechado durante voo entre São Sebastião e São Paulo para resgate de família de Tupã (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Tempo fechado durante voo entre São Sebastião e São Paulo para resgate de família de Tupã (SP) — Foto: Arquivo pessoal

De acordo com a moradora de Tupã, o voo para São Paulo que deveria levar cerca de meia hora já levava três horas quando foi necessário um pouso de emergência. “O piloto teve que pedir o auxílio de uma escola de aviação no meio do trajeto e pousamos no hangar deles.”

Após uma hora e meia de espera, o tempo melhorou e Pamela pôde seguir a viagem de mais 15 minutos até o heliporto no Campo de Marte, em São Paulo.

Os moradores de Tupã voltaram para casa na madrugada desta quarta-feira (22) após pegar carona com amigos que os aguardavam em São Paulo.

Registro feito de helicóptero por tupaense dos estragos no litoral norte de São Paulo durante resgate — Foto: Arquivo pessoal
Registro feito de helicóptero por tupaense dos estragos no litoral norte de São Paulo durante resgate — Foto: Arquivo pessoal

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