A mãe, Izabella Rodrigues da Silva (à direita), e o filho, João Pedro (à esquerda) — Foto: Reprodução/Redes sociais
A mãe, Izabella Rodrigues da Silva (à direita), e o filho, João Pedro (à esquerda) — Foto: Reprodução/Redes sociais

A Justiça decretou na tarde desta quinta-feira, dia 10 de agosto, a prisão temporária de Izabella Rodrigues da Silva, de 24 anos, suspeita de envolvimento na morte de seu próprio filho, João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de apenas cinco anos de idade, em Santo Anastácio (SP), cidade localizada a 156 km de Assis. Após dois dias de desaparecimento, o corpo do menino foi encontrado em um córrego na zona rural. As informações são do portal g1.

A prisão temporária, que vale por um período inicial de 30 dias, mas que pode ser prorrogada pelo mesmo prazo posteriormente, havia sido pedida pela Polícia Civil e contou com aval do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP).

Em cumprimento à ordem judicial, Izabella foi presa e encaminhada à Delegacia da Polícia Civil, em Santo Anastácio, para prestar depoimento sobre o caso.

O delegado responsável pelas investigações, Wanderley Campione, informou ao g1 que Izabella irá responder pelo crime de homicídio qualificado.

As situações qualificadoras do crime, segundo Campione, são as seguintes:

  • motivo torpe;
  • meio cruel;
  • impossibilidade de defesa da vítima;
  • vítima menor de 14 anos; e
  • vítima descendente.

A presa será encaminhada à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista (SP) e passará por audiência de custódia na Justiça nesta sexta-feira (11).

Em entrevista à TV Fronteira, Campione citou que a suspeita enfrenta problemas psiquiátricos e passa por acompanhamento na rede de saúde municipal.

“Nós vamos usar todos os recursos [de] que a Polícia Civil dispõe, de médico legista especializado, para conduzir o relatório, já comprovando para ela [mãe] que encontramos a criança. Isso vai mudar muito a posição dela. Ela tem problemas psiquiátricos mesmo. Ela faz tratamento na rede de saúde municipal. Ela apresenta várias versões: em uma ela diz que a criança andava sobre a água, em outra que ela estava brincando com a criança e, em dado momento, ela passou mal, por causa do problema psiquiátrico, passou muito tempo lá e, quando ela viu, não achou mais a criança e a muito custo ela conseguiu ir embora”, salientou o responsável pelas investigações.

O delegado reforçou que a mãe foi a última pessoa vista em contato com a criança.

“A Polícia Civil, desde o início, está diligenciando, procurando a autoria de eventual crime de homicídio. Era um desaparecimento, mas caminhava para um homicídio, causado pela própria mãe. Hoje foi encontrado o corpo. A mãe foi a última pessoa vista com a criança e ela entrou em um matagal, muito fechado, com várias larguras de poças d’água e saiu sozinha. Alguma coisa ela fez com a criança lá dentro”, detalhou.

Campione enfatizou que as investigações até o momento não indicam a hipótese de envolvimento de outras pessoas no crime e que também não foram identificados sinais de violência no corpo do garoto.

“Não há nada que aponte outras pessoas, mas a gente vai investigar tudo. Até o momento, não tem nada, tem muita boataria, não tem nenhum outro indício que aponte uma terceira pessoa. Eu conversei com o perito, não há nenhuma marca [na criança] a olho nu. Só se o legista encontrar alguma coisa. Vamos tentar conversar com o legista ainda hoje. A investigação está procurando imagens nas imediações, não digo no matagal, que não existe, está procurando colher informações com os parentes sobre o comportamento desta mãe que, até então, era zelosa com o filho”, afirmou.

Uma das hipóteses averiguadas pela Polícia Civil é a de que o crime possa ter sido desencadeado após o término de um namoro da mãe da criança.

“Nós vamos procurar saber o tipo de relacionamento que ela tinha com o namorado. Aparentemente, foi um fim de namoro que desencadeou. A pessoa não tem culpa. A pessoa usou do bom senso e terminou o namoro, mas parece que foi isso. Vamos ver, também, em que serviço de saúde e em que condição essa mãe estava”, concluiu Campione à TV Fronteira.

Corpo de João Pedro foi encontrado em um córrego na zona rural de Santo Anastácio (SP) — Foto: Reprodução/Facebook e Polícia Ambiental
Corpo de João Pedro foi encontrado em um córrego na zona rural de Santo Anastácio (SP) — Foto: Reprodução/Facebook e Polícia Ambiental

Corpo localizado em córrego

O corpo do menino João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de cinco anos de idade, que estava desaparecido desde a última terça-feira, dia 8, foi encontrado na tarde desta quinta-feira (10), em um riacho conhecido popularmente como Córrego da Figueira, em uma propriedade privada na zona rural de Santo Anastácio.

A criança foi encontrada, depois de o corpo boiar na água, por policiais integrantes das equipes que trabalhavam nas buscas realizadas desde a manhã de quarta-feira (9).

A Polícia Civil considera a mãe, Izabella Rodrigues da Silva, de 24 anos, suspeita de envolvimento na morte do próprio filho. Ela foi presa temporariamente na tarde desta quinta-feira, dia 10.

O desaparecimento

O desaparecimento de João Pedro ocorreu entre 15h e 16h da última terça-feira (10).

As buscas foram iniciadas por volta das 9h da quarta-feira (9), na Estrada Municipal Antônio Stocco.

Efetivos das polícias Ambiental, Civil e Militar realizaram as buscas junto com o Corpo de Bombeiros. Equipamentos de drones e o Helicóptero Águia da PM também sobrevoaram pelo local para auxiliar na localização do garoto.

De acordo com o capitão João Henrique Papoti, do Corpo de Bombeiros, a mãe do menino mudou algumas vezes as versões dadas ao caso e, em uma delas, disse ter jogado a criança em uma lagoa, local onde as buscas foram concentradas na manhã desta quinta-feira, dia 11.

No dia do desaparecimento, a mulher teria voltado para casa sem roupas e enrolada em um tapete. Ela toma medicamentos para depressão e ansiedade, segundo os bombeiros.

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