Ação em que Vinicius e Abelardo Camarinha são acusados de falsidade ideológica e outros crimes caminha para sentença — Foto: Arquivo pessoal
Ação em que Vinicius e Abelardo Camarinha são acusados de falsidade ideológica e outros crimes caminha para sentença — Foto: Arquivo pessoal

Após a oitiva do deputado estadual Vinicius Camarinha (PSDB) e seu pai Abelardo Camarinha (Podemos), além de outros réus, pela Justiça Federal nesta quarta-feira (8), a ação penal originária da Operação Miragem caminha para o fim na primeira instância.

Conforme o termo de audiência, já disponibilizado no processo sobre suposta falsidade ideológica e outros crimes, nove depoentes participaram da audiência, de forma online. Os depoimentos foram todos gravados.

O juiz Ricardo William Carvalho dos Santos, da 2ª Vara da Justiça Federal de Marília, abriu prazo de 10 dias para os envolvidos apresentarem suas alegações finais. Em seguida, o processo volta para o magistrado expedir a sentença.

Polícia Federal cumpriu mandados em Marília e fechou empresas de comunicação — Foto: Romeu Neto/TV TEM
Polícia Federal cumpriu mandados em Marília e fechou empresas de comunicação — Foto: Romeu Neto/TV TEM

Vinicius e Abelardo, que já foram prefeitos de Marília, são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF), com base em delação premiada, de serem os verdadeiros donos da Central Marília de Notícias (CMN), com o uso de laranjas.

A dupla, através de sua assessoria, nega a denúncia e afirma se tratar de uma armação política. O advogado de ambos foi procurado e disse que a audiência “foi bem tranquila”.

“Ficou bem comprovado que nenhum deles teve a participação com o que ocorreu. O que se denotou, em verdade, foi uma denúncia falsa, com crimes que não ocorreram”, disse a defesa.

A CMN era composta pelo Jornal Diário de Marília, fechado pela Polícia Federal na segunda fase da Operação Miragem, em janeiro de 2017, além de duas rádios, que tiveram suas operações encerradas meses antes em decorrência da mesma investigação.

As testemunhas de defesa e de acusação começaram a ser ouvidas no dia 2 de fevereiro, mas a audiência se prolongou e só foi concluída uma semana depois.

Em nota, Vinicius e Abelardo informaram que a operação “trata-se de uma armação política organizada pelos adversários políticos, que essa ação não possui qualquer lastro com a realidade e, ao fim do processo, a verdade estará restabelecida”.

A Justiça Federal de Marília recebeu da denúncia principal da Operação Miragem em 2019.

A operação

Agentes da PF durante diligências da Operação Miragem, em Marília: dez investigados têm prazo para se manifestar em juízo — Foto: Fábio Conti/TV SOL/Divulgação
Agentes da PF durante diligências da Operação Miragem, em Marília: dez investigados têm prazo para se manifestar em juízo — Foto: Fábio Conti/TV SOL/Divulgação

No início de 2017, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados em Marília durante segunda fase da operação. Na ocasião, os agentes suspenderam as atividades do jornal impresso que funcionava no mesmo local onde duas rádios haviam sido fechadas cinco meses antes.

Em maio do mesmo ano, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou ex-prefeito Vinicius Camarinha por usar “laranjas” para ocultar propriedade de meios de comunicação. Seu pai, Abelardo Camarinha, também foi denunciado.

O MPF pediu fossem aproveitados os atos já adotados pelo Tribunal Regional Federal, onde o caso tramitou até novembro de 2018 até ser redistribuído por perda do foro privilegiado para o ex-deputado Abelardo Camarinha.

Com o processo principal já tramitam ou tramitaram ao menos outros oito procedimentos específicos sobre lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e coação contra a testemunha Sandra Mara Norbiato, que fez uma delação. Ela não está incluída na denúncia.

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