Com pouco mais de 45 mil habitantes, Paraguaçu Paulista (SP) foi oficializado como município no dia 12 de março de 1925.
A cidade tem suas raízes históricas no distrito de Conceição de Monte Alegre, fundado por José Teodoro de Sousa, que fez doação, em 1873, de uma área de 193 hectares para a fundação de um novo patrimônio.
Com a criação do ramal ferroviário pela companhia Sorocabana, em 1916, a estação recebeu o nome de “Paraguaçu”, denominação que a cidade, posteriormente, adotou.
Em 1930, a companhia ferroviária Sorocabana mudou o nome da estação para “Presidente Washington”, para distingui-la de outras cidades com o mesmo nome e para homenagear o então presidente brasileiro Washington Luís, porém o novo nome não foi aceito pela população e o antigo nome, Paraguaçu, retornou no ano seguinte.
Em 1941, o presidente brasileiro Getúlio Vargas determinou que não houvesse, no Brasil, cidades com nomes iguais. Uma comissão no município foi criada e oficializou o nome “Araguaçu”, que vigorou de 1º de janeiro de 1945 a 31 de dezembro de 1949. Só que, em 1º de janeiro de 1950, ocorreu nova mudança e o nome da cidade passou a ser o atual: Paraguaçu Paulista.
Em 5 de março de 1997, Paraguaçu Paulista foi transformada em estância turística. E este é um dos pontos fortes da cidade: o turismo.
O Jardim das Cerejeiras é um cantinho da natureza dentro da cidade. No mês de julho, quando as árvores florescem, o jardim é um espetáculo à parte: um legado da colônia japonesa construído na década de 50.
No distrito onde a história da cidade começou está o tear Dona Pureza. É em um casarão antigo, em Conceição de Monte Alegre, que as mulheres transformam barbantes coloridos em peças de tear, que são muito procuradas por turistas que querem levar uma recordação da região.
Outro atrativo é a culinária regional. Passado de geração em geração, o peixe pintado é cozido lentamente no molho que foi criado pelos primeiros donos.
Já nas terras que cercam as rodovias estão plantações que geram renda e emprego a muitos moradores. Por isso, a cidade se destaca na produção de produtos derivados da cana de açúcar.
Uma das principais usinas do setor está instalada na região industrial há mais de 40 anos. No local, trabalham 2,5 mil pessoas e a maioria vive em Paraguaçu.
A usina que nasceu em na cidade cresceu, e hoje processa, por ano, mais de 3 milhões de toneladas de cana de açúcar. A matéria prima é transformada em etanol, energia elétrica e açúcar, sendo que este último produto atravessa o oceano para atender a demanda dos países asiáticos.
A grandeza de Paraguaçu também é vista na cultura. A cidade é berço de uma das maiores duplas sertanejas do Brasil: Mary e Marilene, as irmãs Galvão. Nas ruas, a música da dupla vive na ponta da língua da população.
As irmãs foram homenageadas com um memorial construído no Distrito de Sapezal, em 2013. O espaço é destino de turistas que querem ver de perto o legado deixado pela dupla que ficou o maior tempo de atividade no país. Foram 74 anos de carreira.
Fatos Marcantes
Em 20 anos, os paraguaçuenses viveram muitas histórias especiais. Em 2016, ano em que o Brasil sediou as Olimpíadas, a chama olímpica passou por Paraguaçu Paulista.
Uma das pessoas a carregar a tocha olímpica foi a bicampeã pan-americana e campeã mundial no basquete, Elzinha. Mas nem só de glórias viveu o povo de Paraguaçu.
Em 2015, a cidade viveu uma preocupante epidemia de dengue. Foram sete mil casos no ano. A prefeitura chegou a cancelar as comemorações do aniversário da cidade para evitar mais riscos de transmissão da doença.
No entanto, a maior tragédia que a cidade já viu aconteceu anos antes, em 2007, e teve como cenário o lugar mais bonito de Paraguaçu Paulista, o Balneário Grande Lago.
Ele se rompeu, devastando tudo o que via pela frente. O lago recebia uma média de cinco mil turistas por fim de semana e teve que fechar A reforma do local só começou dois anos depois, mas só foi reaberto para o público em 2014.
Mas o grande orgulho da cidade tem nome e sobrenome: Mary e Marilene, as irmãs Galvão. Na década de 1940, as duas, ainda crianças, entraram pela primeira vez no prédio onde funcionava a primeira rádio de Paraguaçu.
Esse dia ficou marcado para sempre não só na história do Paraguaçu Paulista, mas também na da música sertaneja no Brasil. As irmãs foram pioneiras na música em uma época quando só homens cantavam as modas de viola.
Anos mais tarde, nem o mal de Alzheimer fez Marilene parar de cantar ao lado da irmã.
O canto da primeira dupla sertaneja feminina só foi interrompido no dia 24 de agosto de 2022, com a morte de Marilene. O velório foi na Câmara Municipal de Paraguaçu e mobilizou o Brasil inteiro.
Participe dos nossos grupos:
Fique informado em tempo real com as principais notícias de Assis e região.