Trabalhadores rurais encontraram pertences de professora carbonizada, em Regente Feijó (SP) — Foto: Polícia Civil
Trabalhadores rurais encontraram pertences de professora carbonizada, em Regente Feijó (SP) — Foto: Polícia Civil

Trabalhadores rurais encontraram, neste domingo, dia 9 de abril, objetos pertencentes à professora que foi localizada morta carbonizada dentro do porta-malas de um veículo, no dia 28 de março, no bairro São Sebastião, em Regente Feijó (SP).

Conforme o delegado responsável pelas investigações, Airton Roberto Guelfi, os responsáveis pela localização dos itens acionaram a polícia, que se deslocou até o local.

“Foram trabalhadores rurais que, preparando a terra com uma colheitadeira, acabaram revelando os objetos que estavam escondidos”, informou ao g1 o delegado.

Ao todo, foram encontrados um notebook e o carregador, uma bolsa, um pen drive, um mouse e cadernos.

Professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, foi encontrada carbonizada na zona rural de Regente Feijó (SP) — Foto: Redes sociais
Professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, foi encontrada carbonizada na zona rural de Regente Feijó (SP) — Foto: Redes sociais

Ainda segundo o delegado, após a realização de perícia no local, os itens, que estavam posicionados de forma a ficarem escondidos na vegetação, foram apreendidos.

“Os objetos serão periciados para verificar até impressão digital e depois serão colocados à disposição do Poder Judiciário e do Ministério Público para análise, para verificar se eles vão utilizar na hora do julgamento. Por enquanto, eles não serão devolvidos para a família da vítima, porque falta justamente essa deliberação por parte do Ministério Público”, argumentou ao g1 Guelfi.

Sobre a existência de outro suspeito envolvido na prática do crime, o delegado enfatizou que “pode ser que surja alguma informação nova, mas, com as informações até agora coletadas, [a Polícia Civil] não investiga [mais ninguém]”.

Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP) — Foto: Leonardo Bosisio/g1
Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP) — Foto: Leonardo Bosisio/g1

O crime

Conforme o delegado Airton, a Polícia Militar recebeu um chamado de um produtor rural, no início da noite do dia 28 de março, alegando que um veículo estava pegando fogo em meio à uma plantação de soja.

Os policiais foram até o local e através da placa do veículo conseguiram identificar que o proprietário era morador de Regente Feijó. A Polícia Civil foi acionada e, enquanto se deslocavam, a PM já havia feito contato com os familiares.

Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP) — Foto: Leonardo Bosisio/g1
Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP) — Foto: Leonardo Bosisio/g1

No local, os agentes encontraram alguns familiares e iniciaram uma conversa para tentar entender o que poderia ter acontecido.

“Durante a entrevista, o que chamou a atenção foi um possível envolvimento da proprietária do veículo com um homem de Regente Feijó. Nós identificamos, com os familiares, a residência desse cidadão e, imediatamente, a gente se deslocou até essa residência”, relatou Guelfi.

Na casa do suspeito, ele foi questionado sobre esse relacionamento com a vítima e permitiu a entrada dos policiais.

“No interior da casa, onde havia um pouco mais de luz, identificamos no braço dele algumas queimaduras que já remetiam a ideia, justamente, do incêndio do veículo, o que chamou atenção”, enfatizou o delegado.

Além disso, os policiais verificaram outras inconsistências em relação a versão dada pelo homem, como por exemplo, o fato dele ter afirmado que ficou das 9h às 15h andando de bicicleta, porém, a Polícia Civil verificou que o objeto continha teias de aranha que davam indícios que o veículo não saía do lugar há um tempo.

Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP) — Foto: Leonardo Bosisio/g1
Professora foi encontrada carbonizada no porta-malas de carro, em Regente Feijó (SP) — Foto: Leonardo Bosisio/g1

O suspeito foi conduzido para a Delegacia e, durante o interrogatório, o delegado apresentou todas as informações coletadas com testemunhas e perícias e o questionou sobre os fatos.

“Ele acabou confessando indiretamente que estava com ela no local. A única coisa que ele alega é que ela mesmo que buscou a morte. Ele alega que ela se matou através do fogo. A versão é basicamente essa, que ele estava no local e viu o carro pegando fogo e que, diante do pedido da vítima que queria se matar, ele se virou e foi embora”, afirmou Guelfi.

Na residência, a Polícia Civil também localizou uma medida protetiva expedida por um juiz de São Paulo (SP), que proíbe ele de manter contato com a ex-esposa.

O idoso foi preso por homicídio triplamente qualificado com o uso de fogo, impossibilidade de resistência da vítima e feminicídio, além de ocultação de cadáver. Ele passou por audiência de custódia e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisório (CDP) de Caiuá (SP).

A professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, trabalhou por 31 anos na rede de ensino municipal de Regente Feijó e estava a 21 anos lecionando na Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) Augusto César Pires.

Professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, foi encontrada carbonizada na zona rural de Regente Feijó (SP) — Foto: Redes sociais
Professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos, foi encontrada carbonizada na zona rural de Regente Feijó (SP) — Foto: Redes sociais

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