Policial militar foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado — Foto: Dário Miguel/ Divulgação
Policial militar foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado — Foto: Dário Miguel/ Divulgação

Terminou na madrugada desta sexta-feira, dia 3 de março, o júri do policial militar acusado de matar um jovem durante um abordagem policial em Ourinhos em 2016.

O PM Luís Paulo Isidoro foi condenado pelo júri a 14 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado pela utilização de meio que impossibilitou a defesa da vítima no caso da morte do jovem Brian Bueno da Silva, que tinha 22 anos na época.

A informação foi confirmada pela advogada da família da vítima Brian Bueno da Silva, Juliana Barbosa, que atuou como assistente de acusação. De acordo com ela, Luís Paulo pode recorrer em liberdade.

Brian foi morto por tiro disparado por policial durante abordagem em Ourinhos (SP) — Foto: TV TEM / Reprodução
Brian foi morto por tiro disparado por policial durante abordagem em Ourinhos (SP) — Foto: TV TEM / Reprodução

Após duas alterações de datas por causa da pandemia da Covid-19 em 2020, o julgamento previsto para novembro do ano passado foi adiado pela terceira vez e marcado para esta quinta-feira. A sessão começou durante a tarde e demorou mais de 13 horas.

Estavam previstas a participação de quatro testemunhas de acusação, cinco de defesa e uma arrolada por ambas as partes.

O caso aconteceu em 9 de junho de 2016, quando Brian saia com os amigos de um show da Fapi, a Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos, e o carro em que ele estava no banco do passageiro foi abordado pelos policiais militares.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do disparo. Brian estava com mais quatro amigos no carro na Avenida Jacinto Ferreira de Sá, quando o motorista foi parado pela PM. O tiro saiu da arma de Luís Paulo e nas imagens dá pra ver o clarão do disparo.

Na época, o policial alegou que o tiro foi acidental causado por uma falha na arma. Mas um laudo feito pela própria Polícia Militar apontou que a pistola não apresentou defeito.

Investigações

Valdineia ainda guarda roupas do filho, inclusive o moletom que o filho usava no dia que foi morto em Ourinhos — Foto: TV TEM / Reprodução
Valdineia ainda guarda roupas do filho, inclusive o moletom que o filho usava no dia que foi morto em Ourinhos — Foto: TV TEM / Reprodução

Segundo os amigos de Brian, no momento da abordagem eles já estavam indo embora, voltando para Santa Cruz do Rio Pardo. Mas a PM parou o carro porque, segundo os policiais, o veículo estava andando em zigue-zague na avenida.

Na abordagem, o Brian, que estava no banco do passageiro do veículo, foi atingido por um tiro de um dos PMs.

No início da investigação, a Polícia Civil disse que a Polícia Militar agiu com intenção de interferir no trabalho de apuração, tentando apagar o vídeo usado como prova, lavando o carro antes da análise da perícia, ameaçando testemunhas, mas o comando da PM, na ocasião, disse que isso não aconteceu.

Marcas do tiros ficaram no cinto de segurança do carro — Foto: TV TEM/Arquivo
Marcas do tiros ficaram no cinto de segurança do carro — Foto: TV TEM/Arquivo

Segundo o batalhão da PM de Ourinhos, o policial Isidoro foi afastado das ruas desde então e continua trabalhando internamente. Ele foi transferido do local, mas não informaram onde ele está atuando.

Em nota, a defesa do policial reforçou que o disparo foi acidental por defeito na arma comprovado por perícia de um armeiro designado pela PM em uma audiência realizada no Fórum sob a presença da juíza que cuida do caso. A defesa disse ainda que Luís Paulo Isidoro inclusive foi absolvido no processo instaurado na Polícia Militar por comprovada falha na arma.

Brian foi morto com tiro disparado por PM durante abordagem em junho de 2016 — Foto: TV TEM / Reprodução
Brian foi morto com tiro disparado por PM durante abordagem em junho de 2016 — Foto: TV TEM / Reprodução

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